segunda-feira, 20 de março de 2023

Rio Grande do Norte enfrenta ataques violentos e tem semana de terror; veja o que aconteceu até agora

Mais de 250 ataques foram registrados em 48 cidades potiguares, entre os dias 14 e 18 de março. Policiamento foi reforçado com envio de homens da Força Nacional e de outros estados.


Pelo menos 48 cidades do Rio Grande do Norte foram alvos de ataques criminosos nesta semana. O terror começou na madrugada de terça-feira (14), quando prédios públicos e privados foram depredados, veículos incendiados e moradores das regiões ficaram em estado de pânico.

Confira, a seguir, um resumo do que aconteceu até agora e mais detalhes sobre como os ataques estão impactando a vida dos moradores do Rio Grande do Norte.


 Contexto: Até este domingo (19), 259 ataques criminosos foram registrados no estado.


Os ataques começaram na madrugada do dia 14 de março, quando ao menos 20 cidades foram alvos de destruição.
No primeiro dia, um fórum de Justiça, duas bases da Polícia Militar, a sede de uma prefeitura e outros prédios públicos foram alvos.
Veículos foram incendiados, incluindo ônibus do transporte público.
Nos dias seguintes, mesmo com a segurança reforçada, os ataques continuaram.
Cem pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.
O governo não divulgou um balanço oficial de mortes. Entretanto, um comerciante foi assassinado, na noite do dia 14, e dois suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia. No sábado (17), um policial penal foi assassinado na Grande Natal.

Motivação: Segundo a polícia, os ataques são coordenados por uma facção criminosa.

O governo federal informou que o gatilho para os ataques foi a transferência de chefes do chamado "Sindicato do Crime" para fora do estado, em janeiro.
A organização é considerada pelas forças de segurança a principal facção do Rio Grande do Norte.
Além disso, para os ataques, o Sindicato do Crime teria se aliado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção de origem paulista.
Fontes do governo dizem que o PCC exige melhorias nas condições das unidades prisionais.

Consequências: Por causa dos ataques, diversos serviços públicos foram afetados, e eventos acabaram suspensos.

Aulas em universidades públicas, como a UFRN e UERN, foram suspensas.
Natal e Mossoró chegaram a recolher a frota do transporte público. Viagens intermunicipais também foram suspensas.
Dois jogos de futebol foram cancelados, incluindo o clássico América x ABC, que estava marcado para este domingo (19).
Outros eventos, como festivais, também tiveram a programação suspensa.
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A terça-feira (14) foi o dia em que o estado registrou mais ataques, segundo o governo do Rio Grande do Norte: ao todo foram 103. De lá para cá, o número de ataques diminuiu. Veja, a seguir, a cronologia dos crimes.

14 de março: 20 cidades do Rio Grande do Norte tiveram ataques a tiros e incêndios em prédios públicos, comércios e veículos.

Entre os alvos dos criminosos estão um fórum de Justiça, duas bases da PM, uma prefeitura e um banco.
Carros que estavam estacionados em ruas e em garagens públicas, além de uma loja de motos, também foram atingidos.
A frota de ônibus foi recolhida.
Universidades suspenderam aulas.

15 de março: A segunda noite registrou ataques violentos em Natal e pelo menos outras sete cidades.

Uma pessoa morreu em um confronto com a polícia, e duas pessoas ficaram feridas durante a ação dos criminosos.
100 homens da Força Nacional chegaram ao estado para reforçar a segurança, o que não impediu os ataques.
O transporte público voltou a circular durante a manhã em Natal, mas voltou a ser suspenso após um ônibus ser incendiado.

16 de março: Mesmo com o reforço da Força Nacional, os ataques continuaram.

Um ônibus foi atacado por criminosos na Zona Oeste de Natal. Os bandidos abordaram motorista e passageiro, determinaram que eles saíssem e atearam fogo no veículo.
A operação de trens e de ônibus voltou a ser suspensa.
Seis suspeitos foram presos pela Polícia Militar após tentarem realizar um saque a um supermercado.
Criminosos também atacaram um galpão de uma companhia de coleta de lixo.
Um posto de combustíveis foi atacado, sendo que seis homens atearam fogo nas bombas.
Dois veículos foram queimados no município de São Paulo do Potengi, e carros do município de João Câmara foram destruídos também em incêndios.

17 de março: Pelo menos 26 ataques foram registrados no quarto dia de terror no Rio Grande do Norte.

Um depósito de medicamentos foi incendiado em São Gonçalo do Amarante, causando um prejuízo de mais de R$ 10 milhões.
Criminosos queimaram pneus e fecharam a BR-101, em Canguaretama.
Uma garagem do destacamento da Polícia Militar, em São Vicente, foi incendiada.
A polícia fez uma operação contra integrantes da facção suspeita de organizar os ataques. Pelo menos 17 pessoas foram presas, e uma morreu em confronto com a polícia.
Durante a noite, nove presos suspeitos de comandar os ataques foram transferidos para presídios federais.

18 de março: Entre a noite de sexta (17) e madrugada de sábado (18), o estado registrou tiroteios, prisões e novos ataques.

Um policial penal foi morto a tiros em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.
Criminosos com armas em punho expulsaram moradores e incendiaram três casas no bairro Igapó, em Natal.
Um supermercado em Nova Parnamirim, na Grande Natal, foi incendiado.

Combate à violência

Após o início dos ataques, o governo federal enviou equipes da Força Nacional para ajudar no reforço da segurança pública. Policiamento de outros estados também foi enviado para o Rio Grande do Norte.

Os reforços: O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, informou que o estado recebeu o reforço de 300 agentes de segurança. Além disso, mais 200 policiais rodoviários federais devem ser integrados.

O estado também recebeu 32 policiais militares do Ceará.
A Paraíba anunciou o envio de 30 policiais.
O governo do Pará anunciou o envio de 60 militares das tropas especializadas da Polícia Militar.
Aviões da Polícia Federal levaram mais 90 homens e armamentos da Força Nacional ao estado.

Quando os ataques vão acabar? Na sexta-feira, o secretário Tadeu Alencar afirmou que não há prazo para o fim dos ataques.

"Esse é um problema que nós não apertamos um botão e tem resultado efetivo, mas a gente está tomando, de forma responsável, de forma cuidadosa, de forma muito firme, todas as medidas", afirmou.
O secretário disse que a operação de combate está evoluindo e descartou, neste momento, a instauração de uma GLO (Garantia de Lei e da Ordem), que acarretaria no uso das Forças Armadas no combate à onda de ataques.

FONTE:G1

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