O procurador francês Francois Molins disse nesta
quarta-feira que o telefone celular encontrado em uma lata de lixo nos
arredores da casa de shows Bataclan serviu de pista para a operação que a
polícia realizou em Saint Denis, subúrbio ao norte da capital francesa.
Oito pessoas foram
presas, entre elas uma mulher, e duas morreram --ele não confirmou as
identidades dos mortos, mas afirmou que Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor
intelectual dos ataques em Paris, não está entre os detidos.
Mais de cem policiais e soldados invadiram o prédio
durante a operação, que durou mais de sete horas. Segundo o procurador francês,
a ação "desmantelou uma célula terrorista pronta para promover ataques
iminentes". Foram encontrados fuzis AK-47 e cinturões de explosivos.
Uma mulher, que detonou explosivos presos ao corpo e um
jihadista morreram na operação policial de busca a Abaaoud. Este foi o primeiro
caso de uma mulher-bomba na França, cinco dias depois dos mais graves atentados
da história recente do país, que deixaram pelo menos 129 mortos e 350 feridos,
reivindicados pelo grupo EI (Estado Islâmico).
Questionado sobre as identidades das vítimas da operação
desta quarta, Molins disse que não era possível confirmar, mas que Abaaoud pode
ter passado pelo local. A imprensa especula que a mulher-bomba seria Hasna
Aitboulahcen, suposta prima de Abaaoud.
O procurador confirmou que a polícia encontrou um
telefone celular em uma lata de lixo perto do Bataclan, que teria enviado a mensagem
"Estamos prontos e começando". Investigadores agora tentam apurar
quem recebeu a mensagem. Foi esse aparelho que deu a pista para a operação em
Saint Denis.
Segundo Molins, os investigadores conseguiram identificar
o sistema de logística dos terroristas: telefones, armas e várias casas-abrigo.
"Três unidades coordenadas usaram logística sofisticada para executar os
ataques".
O procurador disse
que o GPS do Fiat preto encontrado em Montreaux prova que o veículo foi usado
por três homens que abriram fogo contra um bar e restaurantes. "Também
encontramos três fuzis AK-47 e impressões digitais de Abdeslam",
referindo-se à Salah, que é um dos foragidos e chegou a ser parado pela polícia
duas vezes antes de supostamente deixar o país.
As primeiras
informações sobre Abaaoud afirmavam que ele estaria em território sírio, mas
informações de testemunhas apontavam que o suposto mentor dos atentados ainda
estaria em território francês. Por isso, a operação contra o grupo de
terroristas entrincheirados em um apartamento de Saint-Denis tinha como
principal objetivo capturar Abaadoud.
Abaaoud é amigo de infância dos irmãos Abdeslam, muito em
particular de Salah, o homem mais procurado da Europa desde domingo (15),
quando foi identificado como organizador dos atentados da capital francesa e
membro de uma das equipes de terroristas.
Fonte: UOL